terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Madagascar de novo, com estilo



Foi lançado, na última sexta feira, o mais novo filme de animação da DreamWorks, Magascar 2. O filme – como o próprio nome sugere – é a continuação do primeiro. Na nova trama, os animais do zoológico tentam voltar à cidade de Nova Iorque, com a ajuda do hilário quarteto de pingüins. O avião no qual viajavam, no entanto, cai no continente africano. Os animais urbanos, então, se vêem no meio de uma reserva ambiental em plena savana, e agora terão que tentar se adaptar a viver em bando com outros animais de suas espécies.

Quando a segunda parte de algum filme é lançada, o primeiro pensamento que ocorre à maioria das pessoas é algo como: “Ihh, segundo filme? Não sei, não...”. Esse é um medo comum, de que o segundo filme seja horrível. O receio aumenta ainda mais quando o primeiro filme – no caso, Madagascar – foi um sucesso.
Quanto a isso, fiquem tranqüilos: Madagascar 2 é ótimo. Não como o primeiro, claro. No primeiro, é tudo novidade – personagens novos, situações inusitadas, design de animação nunca antes visto. Mas nem por isso Madagascar 2 deixa a desejar. Os personagens principais foram mantidos (o leão Alex, a giarafa Melman, o hipopótamo Gloria, a zebra Marty. Até mesmo os lêmures e a velhinha mal encarada do primeiro filme estão presentes), portanto, o nível de piadas e cenas hilariantes também permanece firme e forte.

Na versão legendada, a segunda parte da trama também conta com as vozes talentosas de Ben Stiller, David Schwimmer, Chris Rock, Jada Pinkett Smith e Sasha Baron Cohen. Em português, Heloísa Périssé e Sérgio Loroza emprestam suas vozes aos personagens.

Não se preocupe se você não assistiu ao filme anterior – é perfeitamente possível ver Madagascar 2 e entender o filme (com exceção de algumas piadinhas com base no primeiro). Mas quer a minha opinião? Assista a Madagascar.

Madagascar 2 – assim como o primeiro – garante diversão para todas as idades e vai te arrancar boas risadas. Com certeza, você vai querer assistir mais de uma vez.

domingo, 16 de novembro de 2008

Mês de Novembro - Nas Locadoras

Confira os filmes que chegam em DVD às locadoras no mês de novembro.




A partir do dia 17/11 – A Caçada
Simon (Richard Gere) é um jornalista que, ao lado do câmera Duck (Terrence Howard), já realizou grandes coberturas de guerra. Após testemunhar um massacre na Bósnia, Simon briga com sua emissora e desaparece. Anos depois Duck retorna ao país e lá é contactado por Simon, que possui pistas sobre o paradeiro do Raposa (Ljubomir Kerekes), o pior criminoso de guerra local e que tem uma recompensa de US$ 5 milhões por sua captura. Confundidos com agentes da CIA e agindo contra as ordens da ONU, Duck e Simon decidem partir em sua procura. Dirigido por Richard Shepard.


A partir do dia 19/11Múmia – A Tumba do Imperador Dragão

A franquia A Múmia dá uma mágica reviravolta em direção à Ásia. Brendan Fraser retorna como o explorador Rick O’Connell para combater o imperador Han, um épico que vai das catacumbas da China antiga até o topo gélido do Himalaia. Rick é auxiliado na aventura por seu filho Alex, sua esposa Evelyn e seu cunhado Jonathan. Desta vez, os O’Connell devem parar um ameaçador guerreiro que desperta de uma maldição de dois mil anos. Com Jet Li. Dirigido por Rob Cohen.


A partir do dia 19/11 – O Reino Proibido
Um adolescente americano obcecado pelos filmes de kung fu faz uma extraordinária descoberta em uma pequena loja de penhores em Chinatown: o lendário bastão de monge, a arma perdida do sábio guerreiro, o Rei Macaco. Com a relíquia em mãos, o adolescente é inesperadamente levado ao incrível reino proibido. E na companhia dos mais poderosos guerreiros, segue na perigosa missão para libertar o Rei Macaco e devolver a harmonia ao povo da Montanha dos Cinco Elementos. Com Jet Li, Michael Angarano e Jackie Chan. Dirigido por Rob Minkoff.


A partir do dia 20/11 – O Banheiro do Papa
1998, cidade de Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. O local está agitado, devido à visita em breve do Papa. Milhares de pessoas virão à cidade, o que anima a população local, que vê o evento como uma oportunidade para vender comida, bebida, bandeirinhas de papel, souvenires, medalhas comemorativas e os mais diversos badulaques. Beto (César Trancoso), um contrabandista, decide criar o Banheiro do Papa, onde as pessoas poderão se aliviar durante o evento. Mas para torná-lo realidade ele terá que realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira, além de enfrentar sua esposa Carmen (Virginia Mendez) e o descontentamente de Silvia (Virginia Ruiz), sua filha, que sonha em ser radialista. Dirigido por César Charlone e Enrique Fernández.


A partir do dia 21/11 – Kung Fu Panda
O irreverente e preguiçoso panda chamado Po é o único capaz de salvar o Vale da Paz do vilão Tai Lung, um poseroso leopardo das neves. Com os ensinamentos de Shifu, Pó se torna um grande mestre do Kung Fu, à semelhança do Mestre Macaco, um exímio guerreiro que é tudo que o panda quer ser. Animação da Dreamworks, com as vozes de Jack Black, Dustin Hoffman, Angelina Jolie, Jackie Chan e Lucy Liu. Na versão em português, Juliana Paes e Lúcio Mauro Filho emprestam suas vozes. Dirigido por Mark Osborne e John Stevenson.


A parir do dia 26/11 – O Procurado
Wesley Gibson é um jovem de 25 anos de idade que não vê muito sentido na vida após o misterioso assassinato do pai. Tudo muda quando Wes conhece Fox (Angelina Jolie), uma mulher enigmática e sedutora que o contrata para uma sociedade secreta chamada de Fraternidade. O objetivo de Fox é treinar Wes para que ele se torne um assassino da Fraternidade, mas também se vingue da morte do pai. Aos poucos, no entanto, o rapaz vai descobrindo que o perigo está mais perto do que os olhos podem ver. Com James McAvoy e Morgan Freeman. Dirigido por Timur Bekmambetov. Para ler a crítica desse filme, clique aqui: http://doidosporcinema.blogspot.com/2008/08/o-procurado.html

sábado, 15 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona


Woody Allen volta às telas de cinema com Vicky Cristina Barcelona, escrito e dirigido pelo famoso cineasta. O filme carrega o humor afiado e o estilo único de Allen, além de contar com um ótimo elenco, composto por Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Penélope Cruz e Javier Bardem.

A comédia romântica conta a história de duas amigas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) que decidem passar o verão em – boviamente – Barcelona. Lá, conhecem o misterioso e sedutor pintor Juan Antonio (Bardem), cujo divórcio com a ex-esposa (Penélope Cruz) causou fofocas por toda a cidade devido às circunstâncias em que ocorreu: Juan Antonio sofreu uma tentativa de assassinato por parte da ex-esposa, Maria Elena. Juan Antonio propõe a Vicky e Cristina que passem o final de semana com ele em uma cidade próxima, Oviedo. Vicky, uma mulher sensata e noiva, recusa imediatamente, mas Cristina, que está sempre à procura do significado de amor e de uma nova paixão, aceita. As duas rumam, então, para o final de semana em Oviedo, que mudaria suas vidas.

Apesar de o novo filme de Woody Allen ser engraçado, gostoso de se assistir, e de passar uma mensagem legal ao espectador, o diretor e roteirista pecou em alguns aspectos. O personagem de Javier Bardem, apesar de bem interpretado pelo ator vencedor do Oscar, apresenta grande incoerências: pode-se perceber que ele começa o filme tendo um certo caráter, que muda ao longo da história. Woody Allen também poderia ter tratado Barcelona de uma forma, pois, apesar de ser o cenário do filme, ele a mostra com um olhar de turista.

Porém, os pontos positivos superam os negativos. O filme é atual, com situações e personagens que poderiam ser reais. Woody Allen aborda os aspectos da atualidade e aposta em um público contemporâneo e mais liberal, que possa aceitar o que é mostrado na obra. Se Vicky Cristina Barcelona tivesse sido lançado há uns dez anos, o público provavelmente ficaria escandalizado pelo perfil liberal da personagem de Scarlett Johansson. Isso é um ponto forte em Woody Allen: apesar de sua idade avançada, ele não se apegou às tradições de sua época e soube lidar e se adaptar a uma sociedade mais moderna, que aos poucos está se modificando e aceitando aspectos que antes não eram aceitos.

Vale à pena dar um destaque especial para Penélope Cruz, que é, de longe, quem tem a melhor personagem e quem melhor atou no filme.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O Ensaio com leveza e profundidade


Após abrir o Festival de Cannes deste ano, o mais novo filme de Fernando Meirelles estréia no Brasil. Com um bom elenco e produção, o diretor apresenta a adaptação de uma das obras mais reverenciadas de José Saramago.

Ensaio Sobre a Cegueira” trouxe ao leitor – e traz agora ao espectador – a triste história de pessoas que foram infectadas por uma doença que se alastrou pela cidade. O sintoma? Uma cegueira branca, como leite. Assustado, o governo decide trancafiar os doentes em um manicômio abandonado, para que a cegueira não se espalhasse mais. Jogadas naquele lugar sem higiene e alimentação, as pessoas infectadas são obrigadas a viver como animais – ou pior.
Saramago faz, através de seu livro, uma forte crítica aos valores e ações da sociedade; críticas essas que Fernando Meirelles incorpora bem no filme.

Obviamente, o livro é muito mais intenso; mas é importante lembrar que o longa metragem é uma adaptação da obra, não uma reprodução idêntica. Li críticas por aí dizendo que Meirelles suavizou demais a história nas telas. Pergunto-me, então, se as pessoas que disseram isso ao menos leram o livro. O clássico escrito por Saramago é um dos mais fortes e impactantes que já li (e olha que já li uma quantidade considerável de livros); chegava a me sentir angustiada, nauseada, triste ao ler aquelas cenas horríveis, descritas por Saramago com uma maestria sem igual. Tenho certeza que, quando vistas em uma tela de cinema, tais sensações devem ser amplificadas. Confesso que fui assistir a Ensaio Sobre a Cegueira com um pouco de receio do que eu veria ali, pois não tinha certeza se conseguiria ver o que li. Senti-me extremamente aliviada e feliz com o jeito que Fernando Meirelles retratou o livro – de uma forma mais leve, sim, mas não menos profunda. Ele conseguiu transmitir as mensagens de Saramago sem que o público se sentisse angustiado (ou nauseado!) demais. E, mesmo assim, pessoas que não leram o livro de Saramago saíram da sessão comentando: “Gostei do filme... mas é muito forte!”.

Julianne Moore representa a esposa de um médico. Ela tenta acompanhar seu marido – que havia cegado – até o manicômio. Os policiais, no entanto, dizem a ela que somente os infectados podem entrar ali. Ela, então, decide mentir que contraiu a cegueira branca, para que pudesse acompanhar o marido. Conforme os dias passam no manicômio, o medo crescente de contrair a cegueira a invade, mas ela permanece imune. Dentre todos aqueles cegos, ela tinha o maior trunfo: sua visão estava intacta. O filme (assim como o livro) não dá explicações quanto à imunidade da mulher; fica ao encargo da interpretação de cada um.

Os personagens de Saramago – assim como no longa de Meirelles – não têm nomes. E, antes que as pessoas saiam reclamando por aí, é importante dizer a razão disso: na trama, as pessoas vivem como animais, perdem suas identidades dentro do manicômio. Ali, não são tratadas como gente; são vistas apenas como cegos contagiosos, um peso que assusta a sociedade mundial. Portanto, qual é a finalidade de dar nome ao personagens, se esses perderam suas identidades?

Não se sabe ao certo onde que se passa a história. Pode-se ver que a cidade do filme tem cenas de São Paulo: vemos o Viaduto do Chá, a Marginal Pinheiros, a Ponte Octávio Frias de Oliveira (que ainda estava em construção)... os policiais da cidade, no entanto, vestem uniformes americanos. As placas de ruas, as vitrines das lojas, os nomes das lanchonetes... tudo é em inglês. Há carros nacionais e importados andando para lá e para cá nas ruas... a razão da confusão? O próprio Saramago pediu para que não fosse possível saber onde a história acontece. Meirelles atendeu ao pedido de uma forma muito eficiente. Na minha opinião, a locação desconhecida reforça a crítica: ela é feita à sociedade mundial, não à nenhum município em particular.

Quanto às atuações, Julianne Moore e Gael García Bernal merecem destaque. Ela, como a mocinha. Ele, como o bandido. O restante do elenco – que conta com Mark Rufallo, Alice Braga e Danny Glover – também não deixa a desejar. É necessário mencionar também Don Mckellar, responsável pelo roteiro adaptado.

Apesar do que as outras críticas disseram, aqui vai meus sinceros parabéns a Fernando Meirelles e sua equipe.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Mamma Mia!


O musical “Mamma Mia!” estreou em 1999, em Londres. O sucesso foi tanto que, após 4 milhões de londrinos terem assistido à peça, ela chegou à Broadway, em 2001. E agora chega às telas de cinema do Brasil na próxima sexta feira, dia 12.
Mamma Mia! – O Filme” traz aos espectadores a história de Sophie (Amanda Seyfried), uma menina de vinte anos que vive em uma ilha grega chamada Kalokairi. Sophie está prestes a se casar e decide que convidará para a festa Sam Carmichael (Pierce Brosnan), Harry Bright (Colin Firth) e Bill Anderson (Stellan Skarsgard); todos os três são antigos namorados de sua mãe, Donna (Meryl Streep). A razão pela qual Sophie os convidou para o csamento? Bem... qualquer um dos três pode ser seu pai, e ela está disposta a fazer de tudo para descobrir a verdade.
A trilha sonora, formada por músicas da banda ABBA, é o ponto forte de Mamma Mia!. Os integrantes da banda Benny Anderson e Björn Ulvaeus fazem pontas no filme, aparecendo tocando piano durante a música “Dancing Queen” e como deuses gregos nos créditos do filme.
Antes das gravações, foi levantada a hipótese de compor uma música original para o filme, para que pudessem concorrer ao Oscar. A idéia, no entanto, foi descartada pela banda ABBA. Eles preferiram manter a fidelidade à peça de teatro, o que, na minha opinião, foi a coisa certa a se fazer.
Se é impossível concorrer ao Oscar de Melhor Canção ou Melhor Trilha Sonora (apenas canções originais feitas para os filmes podem concorrer), Mamma Mia! tem grandes chances de concorrer ao Oscar de Melhor Fotografia. A fotografia foi feita por Haris Zambarloukos, mas obviamente a paisagem grega ajudou.
A direção de arte também está de parabéns. Devido ao sol forte da Grécia, não foi possível gravar algumas cenas na ilha. Foram montados, então, cenários que reproduziram as casinhas e um pouco da paisagem da Grécia. O estúdio utilizado foi Pinewood Studios, usado pela primeira vez desde 2006 – depois das gravações de 007 – Cassino Royale, houve um incêndio.
O elenco escalado para Mamma Mia! é de primeira. No entanto, destaca-se novamente Meryl Streep, com sua enorme habilidade de interpretar personagens completamente diferentes a cada trabalho que faz. Quase não dá para acreditar que Miranda, de O Diabo Veste Prada, e Donna, de Mamma Mia!, são interpretadas pela mesma pessoa.
Essa foi a estréia de Phyllida Lloyd como diretora de cinema, mas não como diretora de Mamma Mia!, pois ela dirigia o espetáculo da Broadway.

Para os amantes de musicais, Mamma Mia! é imperdível.

domingo, 24 de agosto de 2008

O Procurado


Imagine que seu nome é Wesley Gibson. Você tem vinte e cinco anos e nunca fez nada de que se orgulhasse. Você trabalha em uma empresa como gerente de contabilidade, sofre todos os dias com uma chefa – para dizer o mínimo – desagradável, e ganha mal. Você sabe que seu melhor amigo e sua namorada o traem pelas suas costas, mas você é simplesmente covarde demais para fazer algo a respeito. Para completar, você sofre de ataques de ansiedade regularmente e tem que levar uma caixinha com remédios aonde quer que vá.
Essa é a vida do protagonista de O Procurado, interpretado por James McAvoy (o mesmo ator que interpretou o ingênuo médico Nicholas, em O Último Rei da Escócia). Essa vida, no entanto, está com os dias contados. Tudo vira de pernas para o ar quando ele descobre que seu pai pertencia a uma sociedade secreta chamada Fraternidade. Todos os membros de tal sociedade são assassinos altamente treinados, que matam pessoas que trariam desequilíbrio à humanidade. O pai de Wesley era um dos melhores e mais capazes assassinos; no entanto, ele é morto por Cross, que havia abandonado a Fraternidade e agora matava os membros um a um. Wesley é então recrutado pela bela Fox (Angelina Jolie), também pertencente à sociedade, e sua missão é matar o assassino de seu pai.
O Procurado é dirigido por Timur Bekmambetov e foi adaptado de quadrinhos criados por Mark Millar e J.G.Jones. A história, em si, não é das melhores. As cenas, no entanto, são incríveis – dignas de serem comparadas com a trilogia Matrix. Bekmambetov cuidou até dos mínimos detalhes – como a veia pulsante da testa de Wesley, nas cenas de ação. O departamento de efeitos especiais e visuais está mais do que de parabéns.
O Procurado está longe de ser classificado como “filmão”, em questões de roteiro e atuações (Angelina Jolie aparece com uma versão mais pesada da Sra. Smith, e Morgan Freeman não dá nenhum show). Mas pode ter certeza que os efeitos especiais não deixam nada a desejar.

sábado, 16 de agosto de 2008

Star Wars Jr.


Estreou hoje o mais novo episódio de George Lucas: Star Wars – Clone Wars (Guerras Clônicas). O longa metragem de animação se encaixa entre o Episódio II – Ataque dos Clones e o Episódio III – A Vingança dos Sith (ou, ao menos, foi o que a produção disse ao público).
Nesse novo episódio da série, Anakin Skywalker recebe uma “missão dupla”: resgatar o filho de Jabba, o Hutt, e, ao mesmo tempo, treinar sua nova Padawan, a jovem Ahsoka Tano. A galáxia sofre uma grande guerra civil, e é de extrema importância que Anakin e Ahsoka completem sua missão, para que Jabba, uma poderosa personalidade da galáxia, alie-se com a república. No entanto, não é apenas o lado da Luz que se interessa por tal aliado. O malvado Conde Dookan – acompanhado da sinistra Asajj Ventress – arma um plano para que Jabba fique do lado Negro da Força.
O desing dos personagens do filme não será novidade para quem costumava acompanhar os episódios de desenhos exibidos no Cartoon Network – a história, no entanto, é outra.
Diferente dos outros episódios da série, esse filme é dirigido por Dave Filoni; George Lucas atua apenas como produtor e é um dos roteiristas. Outra enorme diferença é que Clone Wars é um filme infantil, o que, de certo, não agradará os grandes fãs que acompanham a série desde o Episódio IV. Como o novo filme foi feito para as crianças, a história é bem “água com açúcar” e tem muito mais piadinhas do que o comum.
Entretanto, é difícil classificar Star Wars como um filme “infantil”. Apesar de Clone Wars ser inteiro de animação 3D (um fator que atrai muito as crianças) e ter uma trama mais leve, ainda há – como em todo Star Wars que se preze – discussões e disputas políticas. Não sei como uma criança entenderá que foi declarada a República, mas que outras pessoas querem um Império, e que, por isso, há inúmeras discussões no senado e guerras civis e, conseqüentemente, a Senadora Amidala precisa sempre negociar à favor da República, e os Jedis precisam lutar para manter a paz... Mas tudo bem. Tirando isso, as crianças gostam dos sabres de luz, das lutas e das piadinhas. Acho que George Lucas também percebeu que o público infantil não entenderia bem, porque, em Clone Wars, não há aquele típico letreiro amarelo no início do filme que explica a situação política e que vai desaparecendo no espaço – o que, na minha opinião, fez muita falta. O que é um filme de Star Wars sem o letreiro amarelo e a música do John Williams ao fundo?! Pelo menos, tem o “há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...”.
Outro fator que deixa muito a desejar é que, apesar de Lucas ter dito que a nova história é uma transição do Episódio II para o Episódio III, Clone Wars definitivamente não termina na mesma situação que o Episódio III começa. Então, só me resta supor que, ou haverá mais um filme entre Clone Wars e o Episódio III, ou nada ficou bem explicado.
Nunca pensei que fosse dizer isso (e me dói dizer), mas não foi dessa vez, George Lucas.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Indiana Jones Está de Volta




Após 19 anos, Steven Spielberg e George Lucas lançam Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Cristal Skull), o quarto filme da série.


A trama se passa no ano de 1957. Diferentemente dos outros capítulos, Indy (Harrison Ford) agora enfrenta os soviéticos, liderados por Irina Spalko (Cate Blanchett) – a “preferida” de Stalin. Após fugir de um encontro nada agradável com seus inimigos, Indy descobre que o governo americano (incluindo o FBI) o tem como suspeito, após suas ações relacionadas aos soviéticos. Jones, então, é demitido da faculdade e resolve sair da cidade. Ele conhece o jovem temperamental Mutt (Shia LaBeouf), que lhe faz uma proposta um tanto incomum: ajuda-lo a salvar a mãe (raptada no Peru) e encontrar a Caveira de Cristal de Akator, objeto almejado tanto por Jones quanto pelos soviéticos.


Certamente os fãs de Indiana Jones não vão se decepcionar com o novo filme, pois Spielberg e Lucas foram fiéis aos episódios anteriores. Há as mesmas pitadas de humor, as mesmas cenas de aventura (agora com um toque a mais da tecnologia), a mesma trilha sonora de John Williams e o mesmo mapa, no qual o avião deixa um rastro vermelho, mostrando por onde Indiana Jones viaja.


Um dos pontos mais fortes do filme é o fato que ninguém ignorou que os anos se passaram. Há até tiradas humorísticas em relação à idade – digamos assim – avançada de Indiana Jones.
O elenco recrutado para o filme é ótimo. Além de contar com o próprio Harrison Ford e Karen Allen (a Marion Ravenwood, de Os Caçadores da Arca Perdida), a obra também tem Cate Blanchett e Shia LaBeouf, que já havia trabalhado com Spielberg em Transformers, e em outros bons filmes, como Constantine e Eu, Robô. Na minha opinião, Shia LaBeouf é um dos nomes que tem futuro no cinema. E ele também não decepciona em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.


É importante dizer que esse filme tem um toque a mais de ficção que os outros; há fatos um tanto... sobrenaturais. Spielberg e Lucas ousaram no final. Apesar de resolver todos os enigmas da história, pode ser que haja quem não goste nem um pouco das soluções. Embora o final seja incomum, é criativo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Só Muda o Nome


Estreou, na sexta feira passada, o filme O Melhor Amigo da Noiva (Made of Honor), dirigido por Paul Weiland. Mas, quem já viu O Casamento do Meu Melhor Amigo ou similares, poderia dizer que também já assistiu ao Melhor Amigo da Noiva. Só muda o nome.

O filme conta a história de Tom (Patrick Dempsey) e Hannah (Michelle Monaghan), que são amigos inseparáveis desde os tempos da faculdade. Apesar das noitadas de Tom com diversas mulheres, os dois costumam sair todos os dias. No entanto, Hannah viaja a Escócia a trabalho, durante seis semanas. Nesse meio tempo, Tom descobre estar apaixonado por ela e decide pedi-la em casamento assim que ela voltar aos EUA. Porém, Hannah retorna na companhia de um duque escocês, seu noivo, e convida Tom para ser a “madrinha” do casamento. Relutantemente, ele aceita e ganha a missão de acabar com o casamento da amiga.

Apesar de o roteiro nos apresentar uma história bem comum, o público dá boas risadas com as cenas. Há piadas inteligentes, bem diferentes daquelas que vemos nos chamados “besteróis americanos”.

Paul Weiland fez um ótimo trabalho na direção. As cenas são bem montadas, e as câmeras foram muito bem usadas durante todo o filme. Um exemplo disso é a cena em que Tom descobre que sua melhor amiga vai se casar. Enquanto ela despeja todas aquelas informações sobre ele, a câmera começa a rodar em volta dos dois. O espectador começa a ficar confuso e atordoado, assim como o personagem Tom.

A fotografia – feita por Tony Pierce-Roberts – também é um ponto forte do filme. Na maioria do tempo, a trama se desenvolve na Escócia, com seus lindos campos, montanhas e lagos.

O Melhor Amigo da Noiva é mais um daqueles filminhos para relaxar e dar boas risadas. Mas, se você, leitor, estiver procurando algo com uma trama super bem elaborada e fortes emoções, esse não é o filme correto para se assistir.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Speed Racer e seu show de imagens


O filme Speed Racer pode não agradar a todos os públicos. Mas quem gostava do desenho animado – que foi ao ar no Brasil desde 1972 até 1994 – certamente irá ficar hipnotizado pelo filme. E não é para menos: Speed Racer é dirigido e escrito pelos irmãos Andy e Larry Wachowski, os famosos diretores da revolucionária trilogia Matrix.

Os irmãos Wachowski conseguiram fazer um filme que se parece com um desenho animado. O filme foi montado e editado exatamente como o desenho: câmeras que giram, cenas que mudam de forma inusitada. Parece realmente que estamos assistindo ao mesmo desenho japonês dos anos 90.


E não foi só o estilo do desenho que eles seguiram à risca. A história e os personagens também são os mesmos do desenho; embora, obviamente, a animação tivesse muito mais corridas e acontecimentos. O filme apresenta a infância de Speed Racer, seu sonho de correr, a paixão pela família, a admiração pelo irmão mais velho, e o sofrimento quando o mesmo morreu em um acidente durante uma corrida. A trama tem início quando Speed (Emile Hirsch) decide recusar uma proposta feita por Royalton (Roger Allam), dono das Indústrias Royalton, patrocinadora dos melhores corredores. Speed descobre que Royalton armava todas as grandes corridas de carro e decide se juntar ao seu inimigo, o Corredor X (Matthew Fox), para derrubar toda essa farsa. Para isso, ambos devem vencer o rally mundial, no qual o irmão de Speed, Rex, morreu.


O elenco ainda conta com grandes atores: Christina Ricci, John Goodman e Susan Sarandon são algumas personalidades que deram sua graça no filme.


A história, os personagens, e os segredos da trama, no entanto, não serão novidades para quem era fã do desenho, devido à fidelidade dos irmãos Wachowski. Mas certamente irão se surpreender com os efeitos visuais, se divertir com as trapalhadas de Gorducho e Zequinha, e certamente vão matar um pouco da saudade de Speed Racer.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Surpreendente Homem de Ferro


Quando ouvi falar no filme “Homem de Ferro” (Iron Man) pela primeira vez, não me empolguei muito. Isso é um fato raro, visto que, geralmente, tenho um enorme interesse por super-heróis. O Homem de Ferro, no entanto, nunca me cativou muito. Isso acabou de mudar, pois assisti ao filme dirigido por Jon Favreau.
O milionário Tony Stark (Robert Downey Jr.) é dono de uma empresa que fabrica armas de última tecnologia. Stark viaja à Ásia para fazer uma demonstração de um novo míssil criado pelas Indústrias Stark. No entanto, ele é raptado por uma facção terrorista, que o mantém em cativeiro e o obriga a construir uma arma destruidora. Ao invés disso, Stark decide enganar seus seqüestradores e constrói um traje de ferro, que o ajuda a escapar do cativeiro. Quando volta aos Estados Unidos, ele começa a trabalhar em uma versão mais avançada desse traje e o usa para combater o crime, criando, assim, o Homem de Ferro.
Os roteiristas Art Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus e Hawk Otsby detiveram-se à história original dos gibis. A única mudança é que, nos quadrinhos, Tony Stark é capturado na Guerra do Vietnã. No filme, o cenário foi mudado para a Guerra do Iraque, para que ficasse mais “atual”.
O super herói é muito bem interpretado pelo ator Robert Downey Jr, que conseguiu aplicar a medida de humor exata ao personagem. Rimos com as falas de Tony Stark, mas também percebemos que, antes do seqüestro, ele não era exatamente o que poderia ser chamada de “pessoal exemplar”; afinal, ele construía armas devastadoras que tiravam inúmeras vidas, bebia excessivamente e era um típico “mulherengo”. O elenco também é composto por ótimos atores, como Gwyneth Paltrow e Terrence Howard.
O Homem de Ferro é mais um daqueles super-heróis que não sofreu uma alteração genética e nem nasceu com super poderes. Ele é como o Batman, ou o Arqueiro Verde: seu verdadeiro poder são seus bilhões de dólares.
Os efeitos especiais utilizados no filme são muito bons, além de as cenas terem sido cuidadosamente planejadas e editadas. De um modo geral, o longa metragem foi muito bem montado.
Além dos aspectos de qualidade do filme, essa foi a primeira produção Marvel Entertainment sem a participação de qualquer outra distribuidora. A idéia de fazer um filme sobre o Homem de Ferro vem sendo considerada desde 1999, quando Quentin Tarantino (conhecido pelos filmes Kill Bill Volumes 1 e 2) foi o primeiro convidado a escrever e dirigir o longa metragem.
Os atores Nicolas Cage e Tom Cruise chegaram a manifestar interesse em interpretar Tony Stark, mas o papel ficou para Robert Downey Jr, que, como já foi dito, fez um ótimo trabalho.
Talvez a grande sacada do diretor Jon Favreau (que, primeiramente, foi convidado para dirigir o filme do Capitão América, a ser lançado em 2009) foi ter rodado o filme na Califórnia. Afinal, o público não agüenta mais ver super-heróis salvando Nova Iorque.
O filme, portanto, acabou por me surpreender em vários aspectos. O que eu estava esperando que fosse ruim mostrou-se ser suficientemente bom. Sou obrigada a tirar o chapéu para Jon Favreau e Robert Downey Jr. E, definitivamente, passarei a respeitar mais o Homem de Ferro.

sábado, 26 de abril de 2008

A Novela Três Vezes Amor



O filme Três Vezes Amor (Definitely, Maybe), escrito e dirigido por Adam Brooks, se assemelha às novelas que estamos acostumados a ver aqui no Brasil, só que com duas horas de duração.

Três Vezes Amor conta a história de Will (Ryan Reynolds), que está passando pelo árduo e doloroso processo de divórcio. Por causa disso, Will começa a ser insistentemente questionado por sua filha (interpretada pela pequena, mas brilhante, Abigail Breslin), que quer saber como os pais se conheceram. Will decide fazer uma brincadeira: ele trocaria o nome de três mulheres importantes que marcaram sua vida, e a garotinha teria de descobrir qual delas era sua mãe.

Brincadeira bonitinha? Doentia? Sim, um pouco das duas. Will começa a contar episódios amorosos de sua vida que, definitivamente, uma criança de dez anos não deveria ouvir. Mas, por incrível que pareça, a garota parece encarar tudo com naturalidade.

O elenco do filme é muito bom: ainda conta com Elizabeth Banks, Isla Fischer e Rachel Weisz. No entanto, a interpretação de Ryan Reynolds (que também atuou em filmes como Apenas Amigos e Antes que a Morte os Separe!) é apenas satisfatória. O ator tem muito mais potencial do que mostra em Três Vezes Amor. Eu estava esperando algo muito mais engraçado do que Reynolds nos apresenta.

O filme ficou muito longo. Como eu disse, ele parece uma novela, e sinto que tudo o que acontece ali poderia ser resumido em meia hora. Há muitos encontros e desencontros, e isso acaba cansando o espectador que é um pouco mais impaciente. Mas, certamente, Três Vezes Amor cativa os “românticos de plantão”.

domingo, 20 de abril de 2008

Super-Herói inusitado; comédia comum


Super-herói: o Filme não é nenhuma novidade para quem acompanhou a série Todo Mundo em Pânico. Não é à toa: Super-herói foi escrito e dirigido por Craig Manzin e produzido por David Zucker, os mesmos cineastas que fizeram todo mundo rir e ninguém entrar em pânico.
O filme é uma grande sátira de sagas de super-heróis, principalmente o famoso Homem Aranha. A história começa quando o estudante Rick Riker (Drake Bell) é picado por uma libélula geneticamente modificada. Após o anormal evento, Rick ganha poderes e decide usa-los para fazer o bem. Ou, pelo menos, tentar.
Sem dúvida, o filme é mais um besteirol americano. O espectador só senta na sua poltrona, ri de algumas boas piadas e vai para casa. Só isso. Como os filmes de Todo Mundo em Pânico, não há uma trama muito interessante (até porque ela é praticamente a mesma de o Homem Aranha) e o espectador não precisa necessariamente pensar ou fazer grandes reflexões ao longo do filme.
Certamente, os longas metragens classificados como “besteiróis” não são as melhores comédias. Não há piadas inteligentes e nem um roteiro com fundamento. Mas faz o tempo passar; é divertido.
O aspecto que eu mais admirava nos filmes da série Todo Mundo em Pânico era a criatividade de Craig Manzin e David Zucker para fazer alguma conexão entre três ou quatro outros filmes, que eram satirizados. A personagem protagonista Cindy (Anna Farris) passava por todas as tramas, e sua trajetória fazia completo sentido. No entanto, isso não ocorre em Super-Herói, pelo fato de que apenas o Homem Aranha é o filme usado como base para a trama (há também cenas de X-Men e Batman: Begins, mas são praticamente nulas).
Mas, de fato, Super-Herói tem algumas boas piadas ( e outras completamente desprezíveis). É um bom passatempo; aquelas famosa “sessão da tarde”. Se você está procurando por um filme assim, acabou de achar. Se esse não for o caso, é melhor procurar uma comédia com um roteiro mais bem fundado e com algum toque a mais de criatividade.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Quando a Anestesia Não Funciona


O que você faria se tivesse que fazer um transplante de coração, mas, na hora H, a anastesia geral não funcionasse? E mais: além de estar consciente, você está completamente paralisado, sem poder gritar por ajuda ou comunicar aos médicos que você pode ouvir tudo o que eles dizem e senti-los fazer a operação?
Esse é o drama que o roteirista e diretor Joby Harold traz às telas do cinema mundial. Awake – A Vida por um Fio é estrelado por Hayden Christensen e conta a história do bilionário Clay, que precisa desesperadamente de um transplante de coração. Quando ele recebe a notícia de que o órgão já está desponível, parece que tudo ficará bem. No entanto, a anestesia não tem o efeito esperado, e Clay permanence acordado – mas paralisado – durante a operação. Como se isso não bastasse (e agora vem o verdadeiro roteiro hollywoodiano), ele escuta os médicos dizerem que irão matá-lo, obviamente, por questões financeiras.
Mais para o meio da trama, Clay fica preso em sua mente e revive seu passado. Sim, bem hollywoodiano mesmo. Mas, como filme de estréia da carreira de diretor de Joby Harold, não está nada mau.
O filme, em si, não tem grandes sacadas. Não há nenhuma grande surpresa ao longo do mesmo, e também não há nenhuma grande atuação. O filme vale a pena pelas sensações que nos causa. Pelo menos no começo, compartilhamos do desespero do personagem de Hayden Christensen.
O único ponto realmente criativo da história é que o personagem principal, nosso “mocinho” não toma nenhuma atitude para resolver a situação (óbvio, visto que ele está paralisado). Enquanto Clay viaja no passado para resolver seus traumas infantis, sua mãe dominadora(Lena Olin) é que se desdobra para descobrir o que está acontecendo na sala de operação.
O elenco também conta com Jessica Alba, que interpreta Sam, recém-casada com Clay, e que também o acompanha, tanto na sua mente, quanto no hospital.
É importante dizer que, apesar do filme ser fictício, o fato de que pessoas ficam paralisadas durante cirurgias é real. Raro, mas real. Segundo os dados que o próprio filme nos fornece, de 21 milhões de pessoas que recebem a anastesia geral, 30 mil passam pelo mesmo drama do personagem do filme (aproximadamente 0,14%). No entanto, não sentem tantas dores, como o filme demonstra. O prório Hayden Christensen afirmou que conversou com pessoas que passaram por isso, e elas alegaram que sentem “alguma coisa ou outra”, além de escutar tudo.
Vale a pena dar uma conferida em Awake – A Vida por um Fio. E vamos esperar que Joby Harold continue no ramo de direção e roteiro, mas com tramas um pouco mais criativas.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Será que chegamos ao Fim da Linha?




O filme dirigido por Gustavo Steinberg traz à tona valores e princípios relacionados à ganância e ambição por mais e mais dinheiro.
Relacionei anteriormente Polaróides Urbanas à Crash – No Limite e Babel. Podemos adicionar à lista de semelhanças o filme Fim da Linha. O longa de Steinberg conta as histórias de um jornalista “falido”, um bebê seqüestrado, um deputado com atitudes duvidáveis, dois motoristas de táxi, idosos de um asilo que doam dinheiro a uma tribo indígena, um catador de papel, e uma ladra surda e muda.
Todas essas histórias se cruzam quando Artur (o jornalista desempregado interpretado por Leonardo Medeiros) decide fazer uma matéria sobre uma tribo indígena que pedia quantias de dinheiro. Caso contrário, não praticariam mais a dança da chuva e, conseqüentemente, não choveria mais na cidade de São Paulo, o que agravaria a crise de falta de luz pela qual a população passava. Enquanto Artur demonstrava a causa dos índios, o deputado Ernesto Alves (Rubens de Falco) tenta se livrar do dinheiro que apareceu “misteriosamente” no seu escritório. É quando seu filho ameaça jogar todas as notas preciosas pela janela. A notícia da “chuva de dinheiro” se espalha pela linha de rádio dos taxistas paulistanos e, logo, a história fica famosa pela cidade.
O filme é muito bem montado e, por isso, fica mais interessante. Particularmente, eu gosto de filmes que nos tragam alguma mensagem, que acrescentem algo na nossa vida. Fim da Linha é assim; nos faz refletir sobre até onde poderíamos ir por dinheiro, quais valores e princípios seriam ignorados para que pudéssemos alcançar a riqueza.
Guilherme Werneck (roteirista) e Gustavo Steinberg (também roteirista, além de diretor) tiveram ótimas sacadas em cenas que, aparentemente, são simples. Um exemplo é uma cena na qual há uma passeata pela paz, todo mundo de branco, muito bonito. No entanto, começa a cair dinheiro do alto de um prédio e, instantaneamente, a passeata pela paz vira uma verdadeira guerra pelos tão preciosos papeizinhos.
Outra ótima jogada dos roteiristas foi o próprio título. Fim da Linha pode estar relacionado tanto com as linhas telefônicas (usadas pelos taxistas e que têm grande importância no filme), quanto no sentido de estarmos sem saída, de ser o fim, graças a essa enorme ganância por dinheiro.
O filme é bom porque nos traz personagens do nosso cotidiano, da nossa realidade, de modo que realmente nos colocamos no lugar daquelas personagens e pensamos se tomaríamos as mesmas atitudes naquelas complicadas situações.

sábado, 15 de março de 2008

Cada um com seu Ponto de Vista


Ponto de Vista (Vantage Point) é um filme que tem uma história um tanto “clichê”: o presidente dos Estados Unidos sofre uma tentativa de assassinato. No entanto, o jeito como o filme é desenvolvido e editado faz toda a diferença. O diretor Pete Travis conseguiu tirar de uma história comum um longa metragem inusitado.
O presidente dos EUA (William Hurt) vai à Espanha. Ele pretende estabelecer um acordo de paz com os países do Oriente Médio, a fim de acabar com o terrorismo. Acompanhado por seus seguranças Thomas Barnes (Dennis Quaid) e Kent Taylor (Matthew Fox), o presidente sobe em um palanque e começa seu discurso. Porém, antes que termine de falar, é atingido por dois tiros. A confusão se instala; pessoas começam a correr. Como se já não fosse ruim, duas bombas explodem no local. Um ataque terrorista em pleno discurso para o fim de tal prática.
O espectador só começa a descobrir o que realmente aconteceu e quem foi o culpado a partir de oito pontos de vistas diferentes: o segurança Barnes, o turista americano (Forrest Whitaker) que filma tudo, uma menina espanhola, a produtora de notícias para TV (Sigourney Weaver), um tira espanhol, dois terroristas e o próprio presidente dos Estados Unidos. Vemos o que aconteceu com cada um quinze minutos antes, durante e depois do ataque.
Surpreendente e muito bem planejado, Ponto de Vista prende a atenção do espectador do começo ao fim. Não por causa do tema que, como já mencionei, é manjado, mas por causa do roteiro muito bem escrito por Barry Levi e pela edição genial de Stuart Baird, Sigvaldi J. Kárason e Valdis Óskarsdóttir.
As atuações estão ótimas. Nem preciso dizer nada do Forrest Whitaker, não esperava nada menos do que ele nos apresenta no filme. Gostei de ver o Matthew Fox (o Jack, da série Lost) em outro projeto que não seja a série da AXN; ele atuou muito bem, além de ter um papel essencial na trama.
Não há nem muito que falar do filme, pois, se eu falar muito, vou estragar. A única coisa que posso dizer é que o espectador tem que ficar atento aos mínimos detalhes da cena. Como eu disse, é um filme muito bem planejado e nada está em cena por acaso. Aliás, a frase do trailer “se acha que viu tudo, olhe de novo” é bem apropriada, foi muito bem escolhida.
Se você não está com vontade de assistir à Ponto de Vista, mude de idéia, porque você vai se surpreender.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Nem em 10.000 A.C


Acho que o título já disse tudo. O filme 10.000 A.C (10,000 BC) é simplesmente chato.
A história se desenrola em torno de D’Leh (Steven Strait), um homem da era pré-histórica, pertencente a uma tribo pouco desenvolvida. Um certo dia, sua aldeia é atacada por outro povo (com mais armas e, portanto, mais forte) e Evolet (Camilla Belle), sua mulher, é levada. D’Leh – que, até então, levava a fama de “covarde” – parte em busca da amada.
A idéia em si não é tão ruim... daria até para tirar algo dela. No entanto, o roteirista e diretor Roland Emmerich foi muito... infeliz (o que me surpreende e me entristece, já que ele dirigiu filmes como Show de Vizinha, Independence Day, O Patriota). Emmerich definitivamente não consegue entreter o espectador em 10.000 A.C. Nós não torcemos para o “herói”; se ele morresse ou vivesse, não faria diferença, a única coisa que desejamos é que acabe logo.
Muitos fatos no filme não são explicados ou são simplesmente bobos. Por exemplo, o pai de D’Leh some da tribo e diz a um amigo que ele nunca deveria contar ao filho o que foi fazer. Pois bem... o que ele foi fazer? Isso não é explicado; vemos apenas que ele não era um covarde (como acreditava seu povo), pois ele ajudou algumas pessoas. Hum... legal.
Há uma cena na qual D’Leh liberta um tigre dente-de-sabre de uma caverna. E aí, obviamente, pensamos “tudo bem, ele vai morrer, o tigre vai mata-lo”. Adivinha? É, o “herói” sai ileso, porque o tigre é inteligente e percebeu que fora salvo. Ele não tem instintos. Tudo bem, até aí eu tolerei porque é um filme um tanto fictício. Mas o tigre aparece uma segunda vez e encara D’Leh. Adivinha? O “herói” diz: “Eu lhe dei a vida. não tire a minha”. E o tigre deve ter pensado “puxa, ele tem razão” porque simplesmente deu meia-volta e foi embora. Um tigre dente-de-sabre. Está bem, então... (à propósito: sim, os pôsters são enganosos, porque mostram D’Leh lutando com o tigre e isso não acontece).

Costumo dizer que tudo tem um lado bom. E 10.000 A.C não é exceção. Apesar do lamentável roteiro e da péssima direção, o filme arrasa em efeitos especiais. Muito bem feito mesmo. Por isso, sinto-me na obrigação de citar os responsáveis pelo único aspecto bom do filme. Aqui vão: Effects, Double Negative, Machine, Gentle Giant Studios, Moving Picture Company, Patrick Tapoulos Design, Tapoulos Studios, The Senate Visual Effects, Star Crest Media. Eu sei que é gente para caramba, mas não podia deixar de agradecê-los por fazer com que minha tarde não fosse um total desperdício.

domingo, 9 de março de 2008

O Orfanato do Terror


Fui assistir ao O Orfanato (El Orfanato) no sábado, ontem, e pensei “puxa, o filme estreou ontem. Hoje é sábado, o cinema deve estar bem cheio e, ainda por cima, a sala é pequena. Então, é bom eu chegar com bastante tempo de antecedência, antes que lote a sessão”. Pois bem, cheguei lá com mais ou menos uma hora e meia de antecedência e fui comprar meu ingresso para O Orfanato. Depois que a moça da bilheteria me deu a minha entrada, eu (ingênua) perguntei a ela: “está lotada a sessão? Vai formar fila para entrar?”. E, para a minha infelicidade, ela me responde o seguinte: “não, está vazio. É que é filme espanhol, ninguém se interessa por ele”. Juro que foi isso que ela disse. Tive vontade de sacar uma arma e dar um tiro na cara da moça, mas coitada! Ela tinha razão. Estava vazio, e só havia três sessões do filme a serem exibidas naquele dia. No sábado! Enquanto filmes como O Meu Monstro de Estimação estão em cartaz há três meses. Isso me deixa possessa.
Uma pena. Público babaca (desculpe-me se você faz parte das pessoas que se negam a assistir ao Orfanato porque não é americano. Mas você é babaca, é a mais pura verdade). E vou dizer agora por quê são babacas.
O Orfanato (dirigido por Juan Antonio Bayona) é de arrepiar. Se você é daqueles que não dorme depois de assistir a filmes sobre espíritos, nem se dê ao trabalho.
Vou ser sincera: adoro filmes de suspense, mas é extremamente difícil fazer um filme desse gênero. Há uma fina linha que separa o suspende e o terror do trash, do ridículo. Ou seja, ou filme é ótimo, ou é péssimo. O Orfanato pertence à primeira opção, e com louvor.
O filme (escrito por Sérgio G. Sánchez) nos apresenta a história de Laura (Belém Rueda), uma órfã que cresce em um orfanato e que, depois de mais velha, volta para seu antigo lar com seu filho, Simon (Roger Príncep), e seu marido, Carlos (Fernando Cayo). Ela pretende abrir novamente o orfanato para receber crianças portadoras de deficiências físicas e mentais. No entanto, seus planos são arruinados quando Simon (que diz ter seis amigos imaginários no orfanato) desaparece. Laura se desespera e desiste da idéia de reabrir o orfanato, mas permanece lá, pois acredita que o lugar trará respostas sobre o paradeiro de seu filho.
Ela vem a descobrir (como já era esperado) que os seis amigos de Simon não são tão imaginários assim. São as crianças que conviviam com ela no orfanato e que morreram depois que ela foi embora.
A atuação de Belém Rueda é fantástica; eu ainda não a conhecia, mas já me tornei sua fã. Ela foi ótima.
Outro ponto forte do filme são os efeitos das câmeras, que sempre percorrem o imenso orfanato, deixando-nos aterrorizados.
Uma curiosidade: o filme é produzido por Guillermo Del Toro, conhecido por O Labirinto do Fauno, vencedor do Oscar. Está aí mais um fato para convencer o público que O Orfanato não é fraco, não.
Apesar de ser assustador, o filme nos traz uma bonita mensagem, mostrando até onde uma mãe pode ir por seu filho (e foi bem longe, considerando que ela desafiou os espíritos, foi muito corajosa).
E o final é fantástico. Totalmente inesperado e, ainda assim, lógico. Extremamente lógico.
Parabéns a J.A. Bayona pelo filme excelente. Muito bom mesmo.
Se você se interessou por O Orfanato, é melhor correr. Infelizmente, não ficará muito tempo em cartaz. E adivinha por que? Sim, por causa do público babaca.

Jogos da Política


O filme Jogos do Poder (Charlie Wilson’s War) é baseado na história verídica do congressista americano Charlie Wilson (Tom Hanks). A história se passa nos anos 1980, e Charlie decide se envolver nos conflitos entre a União Soviética e o Afeganistão. Não só porque ele é um cara bonzinho, mas porque tem medo de que os Estados Unidos venham a se tornar o próximo alvo da URSS. Charlie começa a arrecadar fundos para comprar que o Afeganistão derrube os helicópteros americanos.
Jogos do Poder ainda conta com um elenco de primeira, formado por – além de Tom Hanks – Julia Roberts, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams. É dirigido por Mike Nichols, escrito por Aaron Sorkin e produzido pelo próprio Tom Hanks.
De um modo geral, o filme ficou muito bom: tem boas cenas, os fatos são bem apresentados, e os atores são excelentes. No entanto, ele é salpicado por discursos e termos políticos, portanto talvez demore um pouco para o espectador “entrar no ritmo” do filme e dos acontecimentos. É necessário saber um pouquinho de história também, já que a União Soviética é a grande “vilã” do filme, obviamente.
O mais fascinante é, sem dúvidas, a atuação de Tom Hanks e seu personagem. Charlie Wilson é o mocinho do filme, mas pode-se chama-lo de anti-herói. Envolvido com stripers, drogas e amizades duvidosas, o congressista tem um “caráter duvidoso”, como ele é definido no próprio filme. Apesar disso, também é mostrado um lado bom de Charles Wilson. Ele parece realmente se sensibilizar quando visita um campo de refugiados afegãos e vê a situação precária na qual aquelas pessoas se encontram.
A edição do filme é muito boa. Usaram um artifício interessante que é a mixagem de cenas reais com cenas fictícias. Isso dá mais credibilidade ao filme e aos fatos apresentados por ele.
Vale a pena conferir Jogos do Poder. Mas se você estiver um pouco enferrujado em história e política, é melhor dar uma lida em alguns livros para não se perder no filme.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Crash, Babel e Polaróides Urbanas


O filme Polaróides Urbanas é, no mínimo, inovador. Sem dúvidas, segue a mesma linha dos filmes Crash – No Limite e Babel.



O filme nos traz as histórias de uma mulher frustrada com seu casamento e sua vida, uma terapeuta com uma filha desequilibrada, uma atriz com síndrome do pânico, uma “perua” que viaja pelo mundo com o marido e uma mulher que dedica sua vida a ajudar possíveis suicidas em potencial. Ao longo da trama, suas histórias vão se entrelaçando através de situações e/ou personagens.


Escrito e dirigido por Miguel Falabella, Polaróides Urbanas conquista extremidades: há que o odeie, há quem o ame. Isso acontece porque o filme leva dentro de si um forte drama e uma boa comédia.


Quem viu o trailer de Polaróides se sentirá um tanto enganado, pois, na propaganda, parece-nos que o filme é uma ótima comédia. No entanto, as únicas partes efetivamente engraçadas são justamente as que aparecem no trailer. Fora elas, há algumas risadinhas e drama, drama, drama...


Miguel Falabella criou esse filme a partir da peça Como Encher Um Biquíni Selvagem, também de sua própria autoria, e que levou um milhão de pessoas aos teatros.


No entanto, apesar de o filme não ser grande coisa, Falabella teve uma boa estréia como diretor de cinema. Não é à toa que o filme já faturou três Lentes de Cristal no Festival de Cinema Brasileiro de Miami: Melhor roteiro (Falabella), Melhor Atriz (Marília Pêra) e Melhor Filme (eleito pelo Júri Popular).


Concordo com todas as premiações. Se Polaróides faturasse Melhor Filme (que acabou sendo levado por Proibido Proibir, de Jorge Durán) , não estaria certo. No entanto, o Júri Popular que o elegeu, e aí tudo bem. O filme realmente é feito para atingir as massas, não é à toa que há diversos gêneros dentro do mesmo filme. Isso pode dar muito certo ou muito errado, como foi o caso do filme 1408, que não teve praticamente lucro nenhum. Felizmente, a tática parece ter funcionado com Polaróides Urbanas.


Miguel Falabella tem futuro como diretor. Ele está no caminho certo, com certeza, pois fazer um filme com várias histórias não é fácil. Marília Pêra e Arlete Salles estavam maravilhosas. É uma pena que Marcos Caruso e Otávio Augusto, ambos mestres em atuação, tenham aparecido tão pouco.


Em todo o caso, vale à pena assistir a Polaróides. É mais um filme brasileiro com uma boa produção, ótima direção e... bem, se é um bom filme, vocês que sabem.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Rimos e Choramos Antes de Partirmos


“Nós podemos fazer isso. Deveríamos fazer isso”. Essas são as palavras ditas por Edward Cole e, a partir delas, Rob Reiner (diretor) e Justin Zackham (roteirista) nos ensinam importantes lições em Antes de Partir (The Bucket List).


Carter Chambers (Morgan Freeman) e Edward Cole (Jack Nicholson) estão internados no mesmo hospital, no mesmo quarto. Eles acabam criando uma amizade devido à convivência diária. Quando ambos descobrem que têm câncer e poucos meses de vida, decidem fazer o que chamam de a Lista da Bota, onde escrevem tudo que ainda têm que fazer antes de morrer. Persuadido por Cole, Carter o acompanha em uma viagem ao redor do mundo, fazendo coisas que ele nunca imaginara fazer.


Os protagonistas são muito bem criados por Zackham, claro, mas maravilhosamente desenvolvidos por Morgan Freeman e Jack Nicholson, dos quais a maioria das pessoas não espera nada menos que uma atuação espetacular. Bem, elas não se decepcionarão. Eles são verdadeiros “senhores atores”.




O ponto mais forte do filme é a antítese entre Carter e Cole. O personagem de Nicholson é dono de um hospital, riquíssimo, casou quatro vezes, tem um humor ácido, não mantém contato com a filha, é impulsivo, não tem uma família, mas nem por isso é triste. O personagem de Freeman é mecânico, calmo, tem uma família grande, é casado (embora esteja em um momento um tanto instável), pensa muito antes de tomar as suas decisões e sabe absolutamente tudo sobre qualquer assunto do mundo. Eles se completam e mantém um equilíbrio, necessário para o próprio bem estar deles.




A Lista da Bota tem tudo o que qualquer pessoa gostaria de fazer: uma corrida de carros, pular de pára-quedas, viajar o mundo, fazer tatuagens... Mas o mais importante dessa lista são os itens que envolvem nossas emoções, e não ações. E são muitas. Mas nós, espectadores, vivemos todas elas em duas horas. Rimos e choramos ao mesmo tempo. É o poder que um bom filme estrelado por Jack Nicholson e Morgan Freeman exerce sobre nós. Os seus personagens aprendem importantes lições, e nos ensinam algumas também.



A obra de Reiner nos faz pensar sobre nossas próprias vidas e como iremos aproveitá-las. Afinal, Carter e Cole a aproveitam apenas nos seus últimos três meses. Nós deveríamos aproveitar cada dia.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Pequena Miss Juno


Oi, gente, desculpe por ter demorado para postar, essa semana foi meio enrolada... bom, mas estou de volta com Juno, que estreiou nessa sexta feira. espero que gostem. Bjos!





É isso mesmo.


Quem já assistiu à Pequena Miss Sunshine, lembrará do filme quando assistir à Juno.


Ambos são o que podemos chamar de filmes “light”, quase do tipo Sessão da Tarde. Ambos trazem valores importantes e um certo humor misturado com drama. E, obviamente, ambos tiveram algumas indicações ao Oscar.


Juno (Ellen Page) é uma garota incomum que sofre um “acidente” aos dezesseis anos: uma gravidez. Ela chega a pensar em aborto, mas então escolhe um caminho mais ético ao escolher um bom casal (interpretado por Jennifer Garner e Jason Bateman) para adotar seu filho, ainda em gestação.


Juno leva as indicações a Melhor Atriz (Ellen Page), Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor (Jason Reitman) e Melhor Filme. Bem, a cerimônia do Oscar é daqui a pouco e, na minha opinião, Juno levará apenas o Oscar de Melhor Roteiro Original. Talvez, quem sabe, de Melhor Diretor também. Como eu disse, o filme é bom, mas teria que melhorar muito para chegar aos pés de Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez (seus concorrentes em Melhor Filme. A atriz Ellen Page teria que suar muito para sequer conseguir tocar o dedão do pé de Cate Blanchet (Elizabeth).


Mas, como disse, Juno nos transmite boas mensagens de vida, principalmente em relação à adolescência e à maternidade. O espectador não sabe muito bem o que pensar da personagem principal: ela é muito estranha, mas, dentro de sua esquisitice, ela nos cativa.


Gostei muito da trilha sonora do filme. É muito boa mesmo, combina com os personagens e com a trama.


Particularmente, eu nem indicaria Juno ao Oscar, simplesmente porque eu nem a compararia aos outros indicados. Mas, já que está lá, torço por Juno, em Melhor Roteiro Original.


Vamos ver no que vai dar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Evitem ou Aturem Elizabeth


Uma personalidade tão intrigante foi escolhida para protagonizar o filme, e a aproveitaram tão pouco!

Elizabeth – A Era de Ouro não nos surpreende nem nos cativa em quase nenhum aspecto. Não tem uma boa trilha sonora, não tem efeitos especiais tão bons, tem cenas muito paradas, a guerra praticamente não é mostrada no filme. Sim, pois a trama (escrita por William Nicholson e Michael Hirst) gira em torno da ameaça espanhola sobre a Inglaterra. No entanto, a guerra de verdade só ocupa os trinta minutos finais do filme. É uma pena.

Não assistimos a momentos históricos ali: apenas vemos a rainha da Inglaterra como uma pessoa triste por não ter um amor (sejamos sinceros, ela é encalhada mesmo); uma pessoa passada para trás, por assim dizer, por sua dama de companhia; uma pessoa forte, mas ao mesmo tempo fragilizada pelos motivos já apresentados. Só isso. E a maioria das informações históricas que obtemos são transmitidas através de letreiros no começo e no final do filme. É uma lástima.

Não há muitas discussões políticas, não há batalhas como se esperava, pois, durante todo o filme, eles falam da Espanha. “A Espanha vai atacar, a Espanha é forte, A Rainha Elizabeth vai cair, etc, etc, etc”. Pois bem, a guerra dura vinte minutos, no máximo. Ela acontece em alto mar, com alguns navios pegando fogo. E acaba.

Quem viu o pôster do filme, com Elizabeth montada num cavalo, vestindo uma armadura, vai se desapontar: ela não faz absolutamente nada! Fica apenas sentadinha no seu cavalo, faz um discurso bonitinho para seu exército (como em todo filme de guerra) e só. Ela não luta, não se envolve nas batalhas.

Mas, como tudo na vida, Elizabeth – A Era de Ouro tem seu lado bom também. No entanto, é pequeno: a atuação da atriz Cate Blanchet (Elizabeth) é excelente, muito melhor do que O Aviador, no qual ela foi tão elogiada. Certamente, Blanchet merece a indicação ao Oscar, como Melhor Atriz. Ela também concorre na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, por Não Estou Lá, filme ao qual eu não assisti ainda, portanto não posso opinar sobre sua atuação nele.

Parabéns à figurinista Alexandra Byrne. Ela fez um ótimo trabalho! O figurino foi um dos primeiros aspectos que reparei no filme. É muito bom mesmo. Merece o Oscar, ao qual foi indicado. Nessa categoria, Elizabeth concorre com Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, e, sinto lhe dizer, Tim Burton, mas você já perdeu essa.

Os cenários também são muito bem feitos e planejados; a direção de arte fez um bom trabalho.

Esperava muito mais de Clive Owen, após assistir a filmes como O Rei Artur, O Plano Perfeito, Sin City – a Cidade do Pecado e Fora de Rumo. Apesar de ter um papel importante no filme, ele passa quase despercebido.

O filme é um dramalhão. Se você gosta, assista. Porém, se está querendo saber um pouco mais sobre a história da Inglaterra, é melhor ler um livro.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nova Iorque é Atacada!


“Alguma coisa atacou a cidade há 7 horas. Se você estiver assistindo à essa fita, então provavelmente sabe mais do que eu”. Essas foram as palavras de Robert Hawkins, um comum morador de Nova Iorque, escondido sob a ponte do Central Park, rezando para que as bombas não lhe atingissem.
Os adoradores de Lost (eu, por exemplo) sabem o que esperar de Cloverfield – O Monstro, já que o mesmo é produzido por J.J. Abrams (um dos gênios criadores e produtores da série da AXN). Então, ninguém deve esperar explicações detalhadas para os acontecimentos do filme.
Matt Reeves (diretor) e J.J. Abrams avisam que o objetivo do filme é demonstrar as reações e experiências vividas por cidadãos comuns, caso um monstro gigante atacasse Nova Iorque. E apenas isso. As informações que recebemos sobre o tal monstro e o tal ataque é exatamente as que os personagens principais conseguem obter.
Com a câmera à lá Bruxa de Blair, nós, espectadores, nos sentimos parte do filme. É como se a câmera fosse nossa própria visão. Estamos sempre correndo, traçando planos para sair da cidade ou resgatar amigos, ficando estarrecidos ao vermos a cabeça da Estátua da Liberdade rolar por Nova Iorque, desesperando-nos ao estar em cima de uma ponte em colapso.
O filme, em geral, é muito bem montado, tanto quanto aos efeitos especiais, quanto à seqüência de acontecimentos. Os efeitos especiais são tão bem feitos, e a câmera dá tanta impressão que aquilo é real que você realmente chega a pensar que Nova Iorque está sob ataque (e você está bem no meio da cidade!). Matt Reeves e J.J. Abrams tiveram o bom censo de não fazer um filme tão longo, devido à câmera. Se Cloverfield tivesse mais tempo de duração, sairíamos tontos do cinema, devido à câmera completamente instável.
Matt Reeves já está negociando a produção de Cloverfield 2. Não posso imaginar que continuação seria essa. É, parece que o cara gosta mesmo de monstros e destruição...

Cuidado com Sweeny Todd!


Ele conseguiu de novo. Tim Burton surpreendeu a todos os espectadores, até mesmo àqueles que pensavam que não seriam surpreendidos (como eu!).
Tim Burton é conhecido, já há algum tempo, por produzir e dirigir filmes “sombrios”. Talvez seja por isso que os filmes Batman e Batman, o Retorno continuam fazendo sucesso até hoje. Ele deu ao homem morcego, com extrema astúcia, a sua mais importante característica: a escuridão. Com Sweeny Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, não é diferente.
É raro ver um musical misturado com terror, suspense e... humor negro? Sim, acho que essa é a definição certa.
A primeira cena já define o filme: vemos Londres, sob chuva. No entanto, alguns pingos dessa chuva são vermelhos. Sangue. Aí vai o primeiro aviso: se você não gosta de sangue, pense duas vezes antes de assistir ao filme.
Tim Burton desafia novamente a perspicácia do espectador com Sweeny Todd. Se assistirem ao filme, verão que há, diversas vezes, uma brusca mudança na iluminação das cenas. “Que filme mal feito, que qualidade péssima!” é o que alguns devem ter pensado. No entanto, é brilhante.
Tudo ao redor de Sweeny Todd (ou Benjamin Barkler) é escuridão. Quando seu humor melhora um pouquinho, a luz o acompanha: a cena fica mais clara. Não é por acaso, aliás, que as cenas do seu passado são todas ensolaradas.
Aviso número dois: se você não gosta de musicais, nem pense em assistir ao filme. É música o tempo todo mesmo. E pode esquecer músicas tipo Grease e Hairspray. A trilha sonora acompanha o gênero do filme. Seu ritmo é adequado ao andamento das cenas e aos sentimentos dos personagens. Se você gosta de música, no entanto, vá em frente: Sweeny Todd será um prato cheio!
Não há muito o que dizer de Johnny Depp. Quem costuma assistir aos seus filmes sabe do que ele é capaz. Só tenho uma frase a dizer: se Johnny Depp não levou o Oscar de Melhor Ator com Jack Sparrow (Piratas do Caribe), certamente levará com Sweeny Todd.
Helena Bonham Carter também merece grande destaque. Se ela conseguiu se sobressair em Harry Potter e a Ordem da Fênix, com apenas alguns minutos de aparição, Helena consegue deixar o espectador boquiaberto em Sweeny Todd.
Um último aviso: se você gosta de comer tortas, e quer continuar gostando das mesmas, não assista ao filme.
Palmas a Tim Burton.



Nota: sintam-se à vontade para discordar ou concordar. É só deixar um comentário e discutiremos nossos pontos de vista.

Volto amanhã, com Cloverfield- O Monstro. Até lá!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Doidos por Cinema!

Oi para você, doido por cinema! Seja bem-vindo!

Meu nome é Luiza C. Pereira, sou estudante de jornalismo, com o desejo infinito de me especializar em cinema.

Resolvi criar esse blog para postar minhas críticas sobre os filmes que são lançados nos cinemas brasileiros. Portanto, lá estarei eu, no cinema, toda sexta e sábado, assistindo a todas as estréias, ou à maioria delas.

Então, está na dúvida se tal filme é bom? Quer saber qual filme deve escolher para assistir no fim de semana? Sem problemas! Acesse o Doidos por Cinema e tire sua dúvida!

Minha próxima postagem será no dia 8/02, com Sweeny Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, filme de Tim Burton, estrelado por Johnny Depp.

Então, vejo vocês na sexta feira!