terça-feira, 1 de abril de 2008

Será que chegamos ao Fim da Linha?




O filme dirigido por Gustavo Steinberg traz à tona valores e princípios relacionados à ganância e ambição por mais e mais dinheiro.
Relacionei anteriormente Polaróides Urbanas à Crash – No Limite e Babel. Podemos adicionar à lista de semelhanças o filme Fim da Linha. O longa de Steinberg conta as histórias de um jornalista “falido”, um bebê seqüestrado, um deputado com atitudes duvidáveis, dois motoristas de táxi, idosos de um asilo que doam dinheiro a uma tribo indígena, um catador de papel, e uma ladra surda e muda.
Todas essas histórias se cruzam quando Artur (o jornalista desempregado interpretado por Leonardo Medeiros) decide fazer uma matéria sobre uma tribo indígena que pedia quantias de dinheiro. Caso contrário, não praticariam mais a dança da chuva e, conseqüentemente, não choveria mais na cidade de São Paulo, o que agravaria a crise de falta de luz pela qual a população passava. Enquanto Artur demonstrava a causa dos índios, o deputado Ernesto Alves (Rubens de Falco) tenta se livrar do dinheiro que apareceu “misteriosamente” no seu escritório. É quando seu filho ameaça jogar todas as notas preciosas pela janela. A notícia da “chuva de dinheiro” se espalha pela linha de rádio dos taxistas paulistanos e, logo, a história fica famosa pela cidade.
O filme é muito bem montado e, por isso, fica mais interessante. Particularmente, eu gosto de filmes que nos tragam alguma mensagem, que acrescentem algo na nossa vida. Fim da Linha é assim; nos faz refletir sobre até onde poderíamos ir por dinheiro, quais valores e princípios seriam ignorados para que pudéssemos alcançar a riqueza.
Guilherme Werneck (roteirista) e Gustavo Steinberg (também roteirista, além de diretor) tiveram ótimas sacadas em cenas que, aparentemente, são simples. Um exemplo é uma cena na qual há uma passeata pela paz, todo mundo de branco, muito bonito. No entanto, começa a cair dinheiro do alto de um prédio e, instantaneamente, a passeata pela paz vira uma verdadeira guerra pelos tão preciosos papeizinhos.
Outra ótima jogada dos roteiristas foi o próprio título. Fim da Linha pode estar relacionado tanto com as linhas telefônicas (usadas pelos taxistas e que têm grande importância no filme), quanto no sentido de estarmos sem saída, de ser o fim, graças a essa enorme ganância por dinheiro.
O filme é bom porque nos traz personagens do nosso cotidiano, da nossa realidade, de modo que realmente nos colocamos no lugar daquelas personagens e pensamos se tomaríamos as mesmas atitudes naquelas complicadas situações.

Um comentário:

Larissa Godoy disse...

Gostei muito do filme, outra cena que merece ser levada em consideraçao é a do bebe comendo dinheiro, que por acaso vem a ser o bebe sequestrado. Não tem como nao se emocionar. Pq diabos ninguem devolve aquela criança á mae?