quinta-feira, 13 de março de 2008

Nem em 10.000 A.C


Acho que o título já disse tudo. O filme 10.000 A.C (10,000 BC) é simplesmente chato.
A história se desenrola em torno de D’Leh (Steven Strait), um homem da era pré-histórica, pertencente a uma tribo pouco desenvolvida. Um certo dia, sua aldeia é atacada por outro povo (com mais armas e, portanto, mais forte) e Evolet (Camilla Belle), sua mulher, é levada. D’Leh – que, até então, levava a fama de “covarde” – parte em busca da amada.
A idéia em si não é tão ruim... daria até para tirar algo dela. No entanto, o roteirista e diretor Roland Emmerich foi muito... infeliz (o que me surpreende e me entristece, já que ele dirigiu filmes como Show de Vizinha, Independence Day, O Patriota). Emmerich definitivamente não consegue entreter o espectador em 10.000 A.C. Nós não torcemos para o “herói”; se ele morresse ou vivesse, não faria diferença, a única coisa que desejamos é que acabe logo.
Muitos fatos no filme não são explicados ou são simplesmente bobos. Por exemplo, o pai de D’Leh some da tribo e diz a um amigo que ele nunca deveria contar ao filho o que foi fazer. Pois bem... o que ele foi fazer? Isso não é explicado; vemos apenas que ele não era um covarde (como acreditava seu povo), pois ele ajudou algumas pessoas. Hum... legal.
Há uma cena na qual D’Leh liberta um tigre dente-de-sabre de uma caverna. E aí, obviamente, pensamos “tudo bem, ele vai morrer, o tigre vai mata-lo”. Adivinha? É, o “herói” sai ileso, porque o tigre é inteligente e percebeu que fora salvo. Ele não tem instintos. Tudo bem, até aí eu tolerei porque é um filme um tanto fictício. Mas o tigre aparece uma segunda vez e encara D’Leh. Adivinha? O “herói” diz: “Eu lhe dei a vida. não tire a minha”. E o tigre deve ter pensado “puxa, ele tem razão” porque simplesmente deu meia-volta e foi embora. Um tigre dente-de-sabre. Está bem, então... (à propósito: sim, os pôsters são enganosos, porque mostram D’Leh lutando com o tigre e isso não acontece).

Costumo dizer que tudo tem um lado bom. E 10.000 A.C não é exceção. Apesar do lamentável roteiro e da péssima direção, o filme arrasa em efeitos especiais. Muito bem feito mesmo. Por isso, sinto-me na obrigação de citar os responsáveis pelo único aspecto bom do filme. Aqui vão: Effects, Double Negative, Machine, Gentle Giant Studios, Moving Picture Company, Patrick Tapoulos Design, Tapoulos Studios, The Senate Visual Effects, Star Crest Media. Eu sei que é gente para caramba, mas não podia deixar de agradecê-los por fazer com que minha tarde não fosse um total desperdício.

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