sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Rimos e Choramos Antes de Partirmos


“Nós podemos fazer isso. Deveríamos fazer isso”. Essas são as palavras ditas por Edward Cole e, a partir delas, Rob Reiner (diretor) e Justin Zackham (roteirista) nos ensinam importantes lições em Antes de Partir (The Bucket List).


Carter Chambers (Morgan Freeman) e Edward Cole (Jack Nicholson) estão internados no mesmo hospital, no mesmo quarto. Eles acabam criando uma amizade devido à convivência diária. Quando ambos descobrem que têm câncer e poucos meses de vida, decidem fazer o que chamam de a Lista da Bota, onde escrevem tudo que ainda têm que fazer antes de morrer. Persuadido por Cole, Carter o acompanha em uma viagem ao redor do mundo, fazendo coisas que ele nunca imaginara fazer.


Os protagonistas são muito bem criados por Zackham, claro, mas maravilhosamente desenvolvidos por Morgan Freeman e Jack Nicholson, dos quais a maioria das pessoas não espera nada menos que uma atuação espetacular. Bem, elas não se decepcionarão. Eles são verdadeiros “senhores atores”.




O ponto mais forte do filme é a antítese entre Carter e Cole. O personagem de Nicholson é dono de um hospital, riquíssimo, casou quatro vezes, tem um humor ácido, não mantém contato com a filha, é impulsivo, não tem uma família, mas nem por isso é triste. O personagem de Freeman é mecânico, calmo, tem uma família grande, é casado (embora esteja em um momento um tanto instável), pensa muito antes de tomar as suas decisões e sabe absolutamente tudo sobre qualquer assunto do mundo. Eles se completam e mantém um equilíbrio, necessário para o próprio bem estar deles.




A Lista da Bota tem tudo o que qualquer pessoa gostaria de fazer: uma corrida de carros, pular de pára-quedas, viajar o mundo, fazer tatuagens... Mas o mais importante dessa lista são os itens que envolvem nossas emoções, e não ações. E são muitas. Mas nós, espectadores, vivemos todas elas em duas horas. Rimos e choramos ao mesmo tempo. É o poder que um bom filme estrelado por Jack Nicholson e Morgan Freeman exerce sobre nós. Os seus personagens aprendem importantes lições, e nos ensinam algumas também.



A obra de Reiner nos faz pensar sobre nossas próprias vidas e como iremos aproveitá-las. Afinal, Carter e Cole a aproveitam apenas nos seus últimos três meses. Nós deveríamos aproveitar cada dia.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Pequena Miss Juno


Oi, gente, desculpe por ter demorado para postar, essa semana foi meio enrolada... bom, mas estou de volta com Juno, que estreiou nessa sexta feira. espero que gostem. Bjos!





É isso mesmo.


Quem já assistiu à Pequena Miss Sunshine, lembrará do filme quando assistir à Juno.


Ambos são o que podemos chamar de filmes “light”, quase do tipo Sessão da Tarde. Ambos trazem valores importantes e um certo humor misturado com drama. E, obviamente, ambos tiveram algumas indicações ao Oscar.


Juno (Ellen Page) é uma garota incomum que sofre um “acidente” aos dezesseis anos: uma gravidez. Ela chega a pensar em aborto, mas então escolhe um caminho mais ético ao escolher um bom casal (interpretado por Jennifer Garner e Jason Bateman) para adotar seu filho, ainda em gestação.


Juno leva as indicações a Melhor Atriz (Ellen Page), Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor (Jason Reitman) e Melhor Filme. Bem, a cerimônia do Oscar é daqui a pouco e, na minha opinião, Juno levará apenas o Oscar de Melhor Roteiro Original. Talvez, quem sabe, de Melhor Diretor também. Como eu disse, o filme é bom, mas teria que melhorar muito para chegar aos pés de Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez (seus concorrentes em Melhor Filme. A atriz Ellen Page teria que suar muito para sequer conseguir tocar o dedão do pé de Cate Blanchet (Elizabeth).


Mas, como disse, Juno nos transmite boas mensagens de vida, principalmente em relação à adolescência e à maternidade. O espectador não sabe muito bem o que pensar da personagem principal: ela é muito estranha, mas, dentro de sua esquisitice, ela nos cativa.


Gostei muito da trilha sonora do filme. É muito boa mesmo, combina com os personagens e com a trama.


Particularmente, eu nem indicaria Juno ao Oscar, simplesmente porque eu nem a compararia aos outros indicados. Mas, já que está lá, torço por Juno, em Melhor Roteiro Original.


Vamos ver no que vai dar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Evitem ou Aturem Elizabeth


Uma personalidade tão intrigante foi escolhida para protagonizar o filme, e a aproveitaram tão pouco!

Elizabeth – A Era de Ouro não nos surpreende nem nos cativa em quase nenhum aspecto. Não tem uma boa trilha sonora, não tem efeitos especiais tão bons, tem cenas muito paradas, a guerra praticamente não é mostrada no filme. Sim, pois a trama (escrita por William Nicholson e Michael Hirst) gira em torno da ameaça espanhola sobre a Inglaterra. No entanto, a guerra de verdade só ocupa os trinta minutos finais do filme. É uma pena.

Não assistimos a momentos históricos ali: apenas vemos a rainha da Inglaterra como uma pessoa triste por não ter um amor (sejamos sinceros, ela é encalhada mesmo); uma pessoa passada para trás, por assim dizer, por sua dama de companhia; uma pessoa forte, mas ao mesmo tempo fragilizada pelos motivos já apresentados. Só isso. E a maioria das informações históricas que obtemos são transmitidas através de letreiros no começo e no final do filme. É uma lástima.

Não há muitas discussões políticas, não há batalhas como se esperava, pois, durante todo o filme, eles falam da Espanha. “A Espanha vai atacar, a Espanha é forte, A Rainha Elizabeth vai cair, etc, etc, etc”. Pois bem, a guerra dura vinte minutos, no máximo. Ela acontece em alto mar, com alguns navios pegando fogo. E acaba.

Quem viu o pôster do filme, com Elizabeth montada num cavalo, vestindo uma armadura, vai se desapontar: ela não faz absolutamente nada! Fica apenas sentadinha no seu cavalo, faz um discurso bonitinho para seu exército (como em todo filme de guerra) e só. Ela não luta, não se envolve nas batalhas.

Mas, como tudo na vida, Elizabeth – A Era de Ouro tem seu lado bom também. No entanto, é pequeno: a atuação da atriz Cate Blanchet (Elizabeth) é excelente, muito melhor do que O Aviador, no qual ela foi tão elogiada. Certamente, Blanchet merece a indicação ao Oscar, como Melhor Atriz. Ela também concorre na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, por Não Estou Lá, filme ao qual eu não assisti ainda, portanto não posso opinar sobre sua atuação nele.

Parabéns à figurinista Alexandra Byrne. Ela fez um ótimo trabalho! O figurino foi um dos primeiros aspectos que reparei no filme. É muito bom mesmo. Merece o Oscar, ao qual foi indicado. Nessa categoria, Elizabeth concorre com Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, e, sinto lhe dizer, Tim Burton, mas você já perdeu essa.

Os cenários também são muito bem feitos e planejados; a direção de arte fez um bom trabalho.

Esperava muito mais de Clive Owen, após assistir a filmes como O Rei Artur, O Plano Perfeito, Sin City – a Cidade do Pecado e Fora de Rumo. Apesar de ter um papel importante no filme, ele passa quase despercebido.

O filme é um dramalhão. Se você gosta, assista. Porém, se está querendo saber um pouco mais sobre a história da Inglaterra, é melhor ler um livro.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nova Iorque é Atacada!


“Alguma coisa atacou a cidade há 7 horas. Se você estiver assistindo à essa fita, então provavelmente sabe mais do que eu”. Essas foram as palavras de Robert Hawkins, um comum morador de Nova Iorque, escondido sob a ponte do Central Park, rezando para que as bombas não lhe atingissem.
Os adoradores de Lost (eu, por exemplo) sabem o que esperar de Cloverfield – O Monstro, já que o mesmo é produzido por J.J. Abrams (um dos gênios criadores e produtores da série da AXN). Então, ninguém deve esperar explicações detalhadas para os acontecimentos do filme.
Matt Reeves (diretor) e J.J. Abrams avisam que o objetivo do filme é demonstrar as reações e experiências vividas por cidadãos comuns, caso um monstro gigante atacasse Nova Iorque. E apenas isso. As informações que recebemos sobre o tal monstro e o tal ataque é exatamente as que os personagens principais conseguem obter.
Com a câmera à lá Bruxa de Blair, nós, espectadores, nos sentimos parte do filme. É como se a câmera fosse nossa própria visão. Estamos sempre correndo, traçando planos para sair da cidade ou resgatar amigos, ficando estarrecidos ao vermos a cabeça da Estátua da Liberdade rolar por Nova Iorque, desesperando-nos ao estar em cima de uma ponte em colapso.
O filme, em geral, é muito bem montado, tanto quanto aos efeitos especiais, quanto à seqüência de acontecimentos. Os efeitos especiais são tão bem feitos, e a câmera dá tanta impressão que aquilo é real que você realmente chega a pensar que Nova Iorque está sob ataque (e você está bem no meio da cidade!). Matt Reeves e J.J. Abrams tiveram o bom censo de não fazer um filme tão longo, devido à câmera. Se Cloverfield tivesse mais tempo de duração, sairíamos tontos do cinema, devido à câmera completamente instável.
Matt Reeves já está negociando a produção de Cloverfield 2. Não posso imaginar que continuação seria essa. É, parece que o cara gosta mesmo de monstros e destruição...

Cuidado com Sweeny Todd!


Ele conseguiu de novo. Tim Burton surpreendeu a todos os espectadores, até mesmo àqueles que pensavam que não seriam surpreendidos (como eu!).
Tim Burton é conhecido, já há algum tempo, por produzir e dirigir filmes “sombrios”. Talvez seja por isso que os filmes Batman e Batman, o Retorno continuam fazendo sucesso até hoje. Ele deu ao homem morcego, com extrema astúcia, a sua mais importante característica: a escuridão. Com Sweeny Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, não é diferente.
É raro ver um musical misturado com terror, suspense e... humor negro? Sim, acho que essa é a definição certa.
A primeira cena já define o filme: vemos Londres, sob chuva. No entanto, alguns pingos dessa chuva são vermelhos. Sangue. Aí vai o primeiro aviso: se você não gosta de sangue, pense duas vezes antes de assistir ao filme.
Tim Burton desafia novamente a perspicácia do espectador com Sweeny Todd. Se assistirem ao filme, verão que há, diversas vezes, uma brusca mudança na iluminação das cenas. “Que filme mal feito, que qualidade péssima!” é o que alguns devem ter pensado. No entanto, é brilhante.
Tudo ao redor de Sweeny Todd (ou Benjamin Barkler) é escuridão. Quando seu humor melhora um pouquinho, a luz o acompanha: a cena fica mais clara. Não é por acaso, aliás, que as cenas do seu passado são todas ensolaradas.
Aviso número dois: se você não gosta de musicais, nem pense em assistir ao filme. É música o tempo todo mesmo. E pode esquecer músicas tipo Grease e Hairspray. A trilha sonora acompanha o gênero do filme. Seu ritmo é adequado ao andamento das cenas e aos sentimentos dos personagens. Se você gosta de música, no entanto, vá em frente: Sweeny Todd será um prato cheio!
Não há muito o que dizer de Johnny Depp. Quem costuma assistir aos seus filmes sabe do que ele é capaz. Só tenho uma frase a dizer: se Johnny Depp não levou o Oscar de Melhor Ator com Jack Sparrow (Piratas do Caribe), certamente levará com Sweeny Todd.
Helena Bonham Carter também merece grande destaque. Se ela conseguiu se sobressair em Harry Potter e a Ordem da Fênix, com apenas alguns minutos de aparição, Helena consegue deixar o espectador boquiaberto em Sweeny Todd.
Um último aviso: se você gosta de comer tortas, e quer continuar gostando das mesmas, não assista ao filme.
Palmas a Tim Burton.



Nota: sintam-se à vontade para discordar ou concordar. É só deixar um comentário e discutiremos nossos pontos de vista.

Volto amanhã, com Cloverfield- O Monstro. Até lá!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Doidos por Cinema!

Oi para você, doido por cinema! Seja bem-vindo!

Meu nome é Luiza C. Pereira, sou estudante de jornalismo, com o desejo infinito de me especializar em cinema.

Resolvi criar esse blog para postar minhas críticas sobre os filmes que são lançados nos cinemas brasileiros. Portanto, lá estarei eu, no cinema, toda sexta e sábado, assistindo a todas as estréias, ou à maioria delas.

Então, está na dúvida se tal filme é bom? Quer saber qual filme deve escolher para assistir no fim de semana? Sem problemas! Acesse o Doidos por Cinema e tire sua dúvida!

Minha próxima postagem será no dia 8/02, com Sweeny Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, filme de Tim Burton, estrelado por Johnny Depp.

Então, vejo vocês na sexta feira!